César e Ronald são primos e, além de dividirem a gestão da fazenda, compartilham do mesmo amor pela herança que a família deixou: o café. Eles já são a quinta geração de produtores a ocuparem as terras baianas, no entanto foi somente no ano de 2018 que o pai de César acendeu a “primeira chama” da cafeicultura especial entre eles.

Essa ideia surgiu a partir do momento que tomaram conta do quão elevado era o potencial da Chapada Diamantina. Se eles já ouviam falar que os grãos desse terroir eram incríveis, puderam sentir ainda mais de perto todo esse diferencial… Logo em 2019, entraram em campeonatos e chegaram até a fase final do Concurso Nacional, pela BSCA. Logo de cara um reconhecimento tão grande não permitiu que tivessem qualquer dúvida de que estavam mesmo no caminho certo.

Hoje em dia, César e Ronald se ajudam na parte operacional do processo, acompanhando de perto os funcionários e as atividades do sítio, como mecânica, adubação e colheita. Além disso, César se debruça em toda a pós-colheita para garantir que a bebida originada de seus grãos obtenha resultados incríveis. Os detalhes de processamento, fermentação e demais experimentos são parte fundamental do alto nível de qualidade com que trabalham.

Em uma participação mais que especial na nossa visita, a Vó Anália nos contou como o café mudou a vida da família. Filha de pais agricultores, ela já estava literalmente com a mão na terra desde os 7 anos de idade. Apesar das tantas pedras no caminho, ela e seus 10 irmãos nunca se desencantaram: todos compraram terras baianas e continuaram cultivando essa paixão. Esse amor é tanto que os pés de café são quase como familiares: todos os dias pela manhã, Vó Anália os cumprimenta - “Bom dia, meus cafés”.

Embora existam diversas dificuldades para César e Ronald, desde os desafios climáticos globais até os pequenos impasses de precipitação ou mão de obra na Chapada, o resultado tem sido incrível e prova, mais uma vez, que o que vem da Bahia não se encontra em mais nenhum lugar do mundo.
Por esse motivo, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) reconheceu a Chapada Diamantina como uma Indicação Geográfica (IG) do Brasil. Esse título é uma forma de identificar a região por toda sua especificidade e unicidade. O manejo pós-colheita e o saber-fazer dos produtores da região alinhados à altitude, temperatura, regime de chuvas e a orientação da encosta constroem todo esse potencial.

Tudo que vimos e ouvimos por lá realmente faz parte de um grande sonho, o sonho de toda uma vida, sonho de cinco gerações da família Alcântara. Essa história é motivo de muita emoção para César e Ronald, que, tão novos, mostram a todos nós o valor de trabalhar no campo e como é incrível ganhar a vida trabalhando com o que amam e dedicando-se verdadeiramente àquilo em que acreditam.
Vó Anália é muito orgulhosa de seus netos. César e Ronald dividem o mesmo orgulho pelo que têm feito. E nós, da Veroo, cultivamos também esse sentimento: orgulho de conhecer e levar à casa de mais de 400o apaixonados por café a verdade por trás da xícara e a conexão, de ponta a ponta, da experiência mais profunda da cafeicultura especial.
Deixamos aqui nosso agradecimento especial à família Alcântara por terem aberto as porteiras do sítio e da vida para toda nossa comunidade. Nos vemos na nossa próxima aventura!