Enison Lopes Ferreira Filho, carinhosamente conhecido como Eninho, é o nosso artista do café do mês de dezembro. Frutos da Alta Mogiana, esses grãos nos surpreenderam e proporcionaram ao nosso paladar um gostinho especial de superação e longevidade, tão presentes na “cafeicultura do futuro”, proposta por Enison Lopes. Pertencendo à quarta geração de cafeicultores da sua família, ele nos recebeu em suas terras e nos proporcionou mais uma história incrível. Agora, é a vez de vocês sentirem essa experiência! Conheçam a história e o café do Eninho, e se deixem sonhar cada vez mais alto, assim como nós.

Eninho nasceu e cresceu na Fazenda Santa Carolina, propriedade dos seus avós paternos, Olivia e José Lopes. Lá, ele viveu até um ano de idade, mas continuou crescendo durante sua infância e adolescência no campo, presenciando todas as dores e delícias de ser um produtor rural. Afinal, não somente seus avós, como também seus pais, ganhavam a vida cultivando a terra.

Vocês poderiam imaginar que essa proximidade com o solo e a cafeicultura desde cedo foi a responsável por fazer com que o café se tornasse a paixão da vida de Eninho, mas o caminho foi bem diferente… Assustado com os desafios e dificuldades da vida no campo, ele resolveu fugir para bem longe das oscilações emocionais que o café causava em seu pai.

Porém, aos 27 anos de idade, quando nasceu seu primeiro filho, Arthur, Eninho se viu ressignificando seus bloqueios, e acolhendo a raiz e a essência que carregava de seu próprio pai. Foi esse o início do seu caminho empreendedor…

Para voltar de vez à cafeicultura, Enison teve o grande apoio de sua esposa e parceira Lia. Inclusive, a fazenda Santa Rita do Morro Grande, de onde veio a seleção inédita de dezembro do clube Veroo, era originalmente da família de Lia. Eninho começou a cultivar café em uma porção de terra que arrendou dos sogros, com a força de vontade de desenvolver um projeto verdadeiramente longevo, que ele mesmo apelidou de “cafeicultura do futuro”.

Durante nossa visita em Restinga-SP, tivemos a oportunidade de conhecer a história de Eninho contada por ele mesmo, na sombra dos eucaliptos plantados como quebra-vento para o primeiro talhão cultivado, o talhão Morro Grande. E, hoje, 7 anos depois, é desse mesmo talhão original que saíram os grãos de brownie de doce de leite, com 84 pontos. Diretamente do ponto mais alto da propriedade, a brisa fresca deixou essa história ainda mais gostosa de ser ouvida…

Eninho, porém, não voltou para a terra para ser apenas mais um personagem coadjuvante dessa história… O sonho dele era criar uma fazenda tendenciadora, que trabalhasse em linhas de pesquisa, cuidando da sustentabilidade ambiental e integrando a isso, obviamente, a alta produtividade, que lhe permitiria remunerar sua mão de obra de forma a valorizá-la, transformando vidas através de grãos.

Diante disso, logo no ano de 2018, Eninho começou com um campo experimental com 12 variedades de Catucaí em 10 hectares, o que foi um grande sucesso. Manejo biológico, lavouras regenerativas e longevidade nunca saíram de pauta, quando se trata do “café do Eninho”. Inclusive, uma de suas ideias mais bacanas foi a harmonização do mogno africano com o café, uma técnica inovadora com resultados muito positivos.

Isso não quer dizer que o caminho seria só felicidade, afinal, apesar de ser um sonho tão bonito, as dificuldades nunca desapareceram. Mas, mesmo com todos os problemas climáticos e uma quase falência no ano de 2020, a jornada nunca parou. Em 2021, por exemplo, Eninho conquistou seu primeiro “terreno” no mercado internacional, retorno de todo seu esforço e talento.

Afinal, a cafeicultura para ele é sonho, coração, amor e verdade. Poder se conectar com milhares de pessoas através de um pequeno grãozinho de café, que viajará quilômetros até as casas pelo mundo todo, é o maior presente da terra e o seu propósito enquanto produtor e indivíduo no mundo. Católico e devoto, Eninho é pura gratidão. E nós também! Poder estar com esse artista do café foi um prazer, e levar essa seleção a vocês é ainda melhor!