Viajamos cerca de 800 km para conhecer a história do produtor José Lourdes – conhecido na região como “Tatão” – e da sua família.

Chegando lá, sentamos na mesa para bater um papo e tomamos um delicioso café com um queijo fresco, feito no sítio. Enquanto isso, já podíamos sentir o cheiro do almoço sendo preparado no fogão a lenha.

Logo, começaram a nos contar uma história muito bonita, de cumplicidade de uma família e esperança para um futuro melhor para eles e para a região de Matas de Minas. José de Lourdes, produtor do mês, junto com a família nos contaram um pouco sobre como foi a jornada até conseguirem fazer a primeira venda de cafés especiais.

Em seguida, eles nos contaram que a Veroo foi a primeira empresa que eles conseguiram vender o café especial, e ainda pagou um preço justo pelas suas sacas. Mas, essa jornada até conseguir fazer a primeira venda de um café de altíssima qualidade foi um grande desafio para eles, pois o tempo todo a família ouvia de conhecidos e vizinhos que era “loucura” e que estavam “perdendo tempo produzindo qualidade”, para no fim não conseguir vender a um preço justo e precisar vender como “bebida dura” (café commodity).

Tatão e sua esposa Sandra Batista, têm dois filhos: Isaque de 14 anos e Bruno de 21 anos. Os dois herdaram dos seus pais a paixão pelo grão e o sonho deles é dar continuidade na produção de cafés e cada ano melhorar na qualidade da bebida que produzem. Além disso, também gostariam que o seu café alcançasse a xícara de mais pessoas.

Também pontuam a necessidade da valorização e reconhecimento do trabalho feito pela família, através das negociações justas por seus cafés. Pois, segundo eles, esse valor retornaria para o Sítio Boa Vista, e investiriam na melhoria da qualidade dos cafés e sustentabilidade da propriedade.

Mais velho de 4 irmãos, Tatão contou que acompanhava a mãe, Dona Onília, na panha de café desde os 7 anos de idade, e já era pago pelo trabalho que fazia, mesmo com tão pouca idade. Assim foi ajudando os pais com as despesas da casa e conseguiram construir a primeira casa no Sítio Boa Vista, onde mora com a família hoje. Ele ressaltou, ainda, que naquela época era muito comum os filhos começarem a trabalhar desde criança, mas que atualmente a prioridade dos seus filhos é estudar, apesar deles já se interessarem pelo cultivo de café e estudarem para implementarem melhorias na qualidade da bebida que produzem.