Tuca Dias
Fazenda Santa Alina
Nome da Fazenda
Fazenda Santa Alina
Região
Vale da Grama
Estado
São Paulo
História do produtor
Tuca Dias e fazenda Santa Alina: uma história centenária
O Café de Janeiro vem direto de São Sebastião da Grama (SP), e com ele uma história cheia de conteúdo bacana e pessoas especiais, como a Mama, Clodoaldo, Tuca e Larissa, a gente perdido na estrada, sem GPS, uma casa linda, com ar lúdico que nos lembrou o castelo Rá-Tim-Bum, e ainda vem com receita de bolinho de chuva, e dicas sobre as melhores proporções para preparar esse café que chega até você. Vamos nessa viagem até a fazenda Santa Alina juntos?
A distância entre Ribeirão e São Sebastiao da grama é de aproximadamente 160km, foi quase chegando lá que nos perdemos. Em uma estrada de terra que contava com diversas fazendas ao seu redor, e após inclusive entrar em 4 destas fazendas, percebemos que não contávamos com o GPS mais, a internet havia cessado.
– E agora?
Duas opções a vista: descer um íngreme barranco que não permitia avista o que nos esperava após ele, ou, fazer um retorno longo até a cidade, e entrar por Poços de Caldas.
Pela insegurança sobre o barranco e na dúvida de que nosso carro seria capaz de enfrentá-lo, optamos por voltar. No caminho de volta, contudo, encontramos um senhor que se prontificou a nos oferecer informação.
Com um simples olhar do carro para o barranco, do barranco para o carro junto com um ar de desconfiança e embaraço, ficou mais obvio quando ele disse:
– é só descer o barranco, mas não sei se esse carro da conta, não!
Seguimos seu concelho e retornamos. Chegamos em Campestrinho, distrito de Divinolândia (SP). Esse lugar tem 1.754 habitantes, e já dá para imaginar os olhares de curiosidade para um carro vindo de fora, com desconhecidos e ainda, perdidos.
Vimos um mercadinho local além de pessoas na rua que se prontificaram a nos ajudar.
– Aqui vocês estão longe.. é Campestrinho, o Mineirão fica em Poços. Vocês vão reto até um campinho.
Nunca encontramos o tal do campinho, mas a essa altura já contávamos com o GPS que facilmente nos direcionou à rota correta. No caminho, a vista se tornava a cada vez mais linda. Grandes árvores, um clima de campo, com cheiro de grama e umidade, aquele tipo de sensação que nos remete logo a infância.
Além disso, diversos pés de cafés e plantação de oliveiras também.
Já na Santa Alina, nos encantamos ainda mais. Que lugar bem cuidado, desses que a gente percebe o esmero, sabe? Harmonioso e agradável. Tinha até uma igrejinha, e várias casas, que soubemos depois ser onde os funcionários que trabalham lá moram.
Ao ir subindo até a Sede, o cenário impressionava mais. A casa dispõe de uma belíssima piscina uma bela vista para os morros e terreiros de secagem do café.
As vegetações e paisagismos dão um toque a mais, não acha?
Tuca Dias (proprietária) nos recebeu com muito carinho e alegria contagiante. Na varanda, tomando um café incrível, proseamos bastante. Aprendemos sobre o funcionamento da fazenda, e trocamos ideia sobre consumo consciente. Falamos da missão da Veroo que é democratizar o consumo consciente de cafés especiais no Brasil, de modo que nosso objetivo é aproximar o produtor ao consumidor final, dando oportunidade de sua história chegar junto com o café.
Apesar da Veroo privilegiar os pequenos e médios produtores, optamos pelo café da Tuca por ser uma excelente bebida, mesmo tento um perfil diferente do que estamos acostumados. Da pra ver como seu trabalho é diferenciado, provando que o consumo consciente passa também por dar visibilidade a produtores, pensando não apenas em seu tamanho, mas no valor da bebida que produzem e do impacto que promovem na cadeia do café.
Para a Tuca, comprar um café não é apenas comprar um produto, mas também a geração de inúmeros empregos. Dando valor nisso, ela nos possibilitou conhecer um monte de gente que trabalha lá, gente que faz tudo acontecer, e foi demais!
Passeando pela casa que é linda, já contei né?
E cheia de história, na sala, Tuca nos mostrou o livro da família, livro que conta a história da Santa Alina, fazenda que data 120 anos. Também o livro retrata a história de migração da família da Tuca, emigrantes italianos, que chegaram há séculos no Brasil.
Conhecemos a Larissa, quem organiza os arquivos da Tuca. A casa conta com um lugar histórico, que nesses 120 anos, a família conserva desde cartas de luto desses parentes, até revistas de época.
Pudemos sentir essa história. A Larissa leu para a gente uma dessas cartas, e foi emocionante. Cartas de amor, anotações de diários, revistas e muito mais.
Chegamos à cozinha, confesso que meu lugar preferido. Lá encontramos a Mama Lúcia, e uma receita mágica de bolinho de chuva que disponibilizamos para você, hein?
Essa é uma receita da família de Mama, que ela herdou junto com a “mão pra bolinho”, e a gente pôde experimentar. Não precisa passar vontade, tá? É só fazer na sua casa, junto com seu cafezinho!
Depois, conhecemos o Clodoaldo, que começou em 2010 como tratorista lá na fazenda, e depois o Jesué, mecânico da fazenda. Ambos contaram como adoram a roça, onde a vida é mais pacata, simples, e muito prazerosa. Jesué migrou para o campo por conta do custo de vida alto da cidade. Mesmo sem ser formado em engenharia, construiu os secadores de café e várias outras engenhocas, afirma.
Conhecemos o Inhenheco também. Nasceu na fazenda e segundo a Tuca, um dos melhores colhedores de café, apaixonado também por marcenaria.
Inhenheco também trouxe várias recordações, como as histórias de terror e assombração que circulavam pela fazenda, quando eram crianças. Dessas histórias saiu de lá até um conto, do “Adriano lobo”, já ouviu?
Depois de tanta história, almoço.
Finalizamos o dia com nosso Q-Grader parceiro, Neto Fante, que trabalha lá na Santa Alina e além de fazer o café da Tuca, deu algumas dicas que vamos dividir com você.
Saímos da nossa viagem com muita gratidão à Tuca e todos os funcionários de lá;
Esperamos que assim como nós, você possa também saborear este café para lá de especial.
Até a próxima!
Mari da Veroo